terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Atividades Extra Curriculares...Qual a importância?




As atividades extracurriculares são sessões de desenvolvimento nas mais variadas áreas que complementam as atividades letivas ocorrendo fora do horário letivo.
   Ballet
 

 
O Ballet estimula o desenvolvimento da coordenação, do equilíbrio, da flexibilidade, da orientação espácio-temporal e da expressão corporal. Trabalha uma postura correta, a concentração e a auto disciplina, valorizando a criatividade e autoconfiança.

Inglês



Através da música, a criança consegue ficar apta para uma estimulação integral, nomeadamente, ao nível do desenvolvimento da linguagem num ambiente bilingue, nos desenvolvimentos físico-motor, cognitivo, social, emocional e musical.

Karaté

 

 


O Karaté fortalece o físico, a mente e o espírito de forma integrada, promovendo princípios e valores como o respeito mútuo, a tolerância, o espírito de união, a disciplina, a força de carácter e a autoconfiança.

Natação

   
Por movimentar praticamente todos os músculos e articulações do corpo, a prática da

Natação é considerada um dos mais completos exercícios físicos existentes.



Ginástica Acrobática


A ginástica acrobática é um desporto que exige flexibilidade, força, concentração, confiança, coordenação, destreza e coragem. Com a prática da ginástica acrobática estas caraterísticas serão também desenvolvidas, tornando os exercícios mais fáceis de efetuar.

 Equitação


                                              
Sabendo que a interação com animais é benéfica para o desenvolvimento das crianças, a Equitação é considerada, hoje em dia, um divertido e estimulante desafio, não só pela relação com o animal, mas também pela gratificação pessoal e social, sendo que uma das suas principais funções é Melhorar o equilíbrio e a postura.
 
 
Informática
 
 
 
A informática está a adquirir cada vez mais espaço na vida das pessoas, pois desde pequenos somos apresentados a diferentes tecnologias, afinal se o mundo está tecnológico não há como deixar de fora algo que irá fazer parte de nossas vidas. Por isso a informática tem vindo a ganhar grande importância na educação de infância e contribui de forma efetiva na aprendizagem. Através dela os alunos aprendem a pensar, agir, raciocinar, aprendendo de um modo atual e extremamente interessante.

A Importância de Brincar

A Importância de Brincar



Brincar é algo inato que faz parte do desenvolvimento das crianças, desde o primeiro mês. É a brincar que a aprendizagem da criança vai sendo feita, pois obriga a uma atenção permanente, o que faz com que comece a haver um relacionamento com o que a rodeia, e um conhecimento do seu meio envolvente.









Nós adultos somos o primeiro brinquedo que a criança tem ao seu alcance. Como tal, cabe-nos a nós saber brincar e jogar com ela. Não podemos ver o brincar e os jogos como uma aprendizagem mas também uma forma de estabelecer relações afetivas que nestas idades são muito importantes. O brincar não deve ser feito só na escolinha, mas também em casa com os pais e outros familiares (irmãos, avós, primos, etc.).

É nesta hora de lazer que se conseguem passar momentos únicos e ao mesmo tempo, começar a conhecer as crianças na sua plenitude, conhecer as suas capacidades, os seus limites, as suas preferências e as suas personalidades.

Podemos dizer que brincar com a criança desde bebé é uma forma de ajudá-la a conhecer-se a si mesma, a comunicar com o meio envolvente e a enriquecer-se como pessoa.

A verdade é que com um pouco de imaginação, muito carinho e dedicação, se conseguem passar bons momentos de brincadeira e aprendizagem com as crianças.

Desde a primeira infância que as crianças necessitam de ser estimuladas com pequenas brincadeiras, desenvolvendo assim as suas capacidades sensoriais, psicomotoras, sociais, e afetivas.

Desde que nasce que a criança, mostra interesse em ver coisas diferentes e ouvir sons diversos, gosta de ser tocada, que lhe peguem ao colo, agarra com força nos nossos dedos, mexe todos os membros, olha-nos nos olhos, e segue com o olhar tudo o que mexe, gosta de cores e de tudo o que brilha.



Para brincarmos com crianças tão pequenas não precisamos de muitos objetos, brinquedos ou materiais, pois qualquer atividade simples já desenvolve algo de significativo na criança; temos de pensar também que cada criança é um mundo, e que não existem regras gerais, cabe-nos a nós perceber o que cada uma gosta e ir ao encontro do que ela nos pede.

No que se refere às crianças pequenas, embora sejam ainda bebés, não se podem limitar só a comer e a dormir, precisam também de pequenos estímulos, para que haja uma interação desde cedo com o mundo que as rodeia, facilitando-lhes assim o desenvolvimento das suas capacidades.

Fonte: "O Primeiro Ano", Porto Editora

A Primeira Vez na Creche


A primeira vez na creche:
É frequente ouvir-se falar na escolha de uma creche e nas estratégias usadas para que a criança se adapte bem. No entanto, esquecemos que, por vezes, por trás de uma criança que faz adaptação a um novo ambiente, está um pai e/ou uma mãe repletos de medos e dúvidas que na sua maioria não partilham o que estão a sentir por pensarem serem os únicos.
Quando chega o momento
de levar o filho à escola,
após as férias e o tempo
passado em família,
partilhando gargalhadas,
passeios e afetos,
para os recém-pais esta
é uma tarefa que
Nem sempre é fácil...

Ao deixar o bebé pela primeira vez na creche, novos sentimentos, pensamentos e emoções
invadem os corações destes pais, pois surge a primeira grande separação: "A ligação
apaixonada que os uniu nos primeiros meses da vida do bebé é intensa. (...) a
primeira separação real facilmente origina uma reação de desgosto." (Brazelton; 2005:
214).
Quando os pais entregam um bebé aos cuidados de outra pessoa, sentem solidão, culpa, desamparo e até irritação: "estou a abandonar o meu bebé"; "será que ficará bem?", "tratarão bem dele?"; "e se ele chora, saberão o que ele tem?".
Segundo o mesmo autor, são comuns determinadas defesas contra a intensidade destes sentimentos:
Negação – dizer que a separação não tem importância, quer para o bebé quer para si própria.
Projeção – transferir para outra pessoa o papel de cuidar da criança com competência e deixar para si própria o papel de incompetente ou vice-versa; ao mesmo tempo admirar e detestar a «outra» e achar que ela pode não cuidar bem do bebé.
Afastamento – tentar diminuir os próprios sentimentos intensos para suavizar a dor de se separar do bebé.

No caso dos bebés, a fase de adaptação é mais difícil para os pais do que para eles. Como refere Brazelton "Quando são bem tratados, os bebés adaptam-se mais rapidamente do que as mães" (2005: 214).
Brazelton salienta a importância de reconhecer estes sentimentos assim como em deixá-los transparecer pois "uma consciencialização da angústia que as separações provocam permite que os pais enfrentem esta reação e a vençam. Por outro lado, o recalcamento desses sentimentos pode tornar-se debilitante e destrutivo" (2005: 214).
Exprimir estes sentimentos normais e universais faz que eles diminuam de intensidade. Aprender a compreender a dor da separação e as defesas contra ela pode conduzir a maneiras de o dominar sem diminuir a intensidade do relacionamento.
Para que este momento seja mais tranquilo, Brazelton deixa algumas medidas que podem vir a ajudar os pais a ultrapassar esta fase:
  • Levante-se suficientemente cedo para poder dispor de alguns minutos de ternura e de brincadeira descontraída antes de o levar para a creche;
  • Deixe-o recusar os alimentos. Deixe-o arreliá-la quando está a vesti-lo esses momentos darão ao bebé a sensação de que controla o seu próprio dia;
  • Na creche, ele pode não ousar a exprimir negativismo, esses momentos darão ao bebé a sensação de que controla o seu próprio dia. Na creche, ele pode não ousar a exprimir negativismo.
   Assim que ele tiver idade suficiente, ponha em prática uma rotina de conversar com ele sobre a separação, mas acrescentando sempre: «Eu voltarei» Isto é tão importante para os pais como para ele. Estarão a preparar-se a si próprios, e ao filho, para a separação.
Na creche, trabalhe em colaboração para desenvolver uma rotina de separação.
Não prolongue as despedidas, isso tornará tudo muito mais difícil.
Bibliografia:
BRAZELTON, T. Berry (2005). O grande Livro da Criança – O Desenvolvimento Emocional e do Comportamento Durante os Primeiros Anos. Editorial Presença. Lisboa. 8ª Edição.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

OBRIGADO!!!



OBRIGADO!!!


Hoje é o dia do obrigado. Assim, gostariamos de oferecer um OBRIGADO a todas as crianças do Pinga Amor e seus papás por fazerem parte da nossa história e proporcionarem a esta instituição tantos momentos felizes, tantos sorrisos, tanta magia...

Obrigado a todos!

Papás, sabiam que...


A Rotina Diária no Jardim de Infância

A rotina diária é o desenvolvimento prático do planeamento. É também a sequência de diferentes atividades que acontecem no dia-a-dia da creche e é esta sequência que vai possibilitar que a criança se oriente na relação tempo-espaço e se desenvolva.

Uma rotina adequada é um instrumento construtivo para a criança, pois permite que ela estruture a sua independência e autonomia, além de estimular a sua socialização.

Maria Carmen Barbosa e Maria da Graça Horn, afirma na obra Organização do Espaço e do Tempo na Escola Infantil que “O quotidiano de Jardim de Infância tem de prever momentos diferenciados que certamente não se organizarão da mesma forma para crianças maiores e menores. Diversos tipos de atividades envolverão a jornada diária das crianças e dos adultos: o horário da chegada, a alimentação, a higiene, o repouso, as brincadeiras – os jogos diversificados – como o faz-de-conta, os jogos imitativos e motores, de exploração de materiais gráficos e plásticos – os livros de histórias, as atividades coordenadas pelo adulto e outras”.

Assim, para organizar estas atividades no tempo, é fundamental levar em consideração três diferentes necessidades das crianças:

·         As necessidades biológicas, como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene e à sua faixa etária;

·         As necessidades psicológicas, que se referem às diferenças individuais como o tempo e o ritmo de cada um;

·         As necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida.

É interessante aqui reforçar a ideia de que a rotina deve prever pouca espera das crianças, principalmente durante os períodos de higiene e de alimentação. A espera pode ser evitada se organizarmos a nossa sala, de maneira a que a criança tenha a possibilidade de realizar outras atividades, de forma mais autónoma, tendo livre acesso a espaços e materiais, enquanto o educador está a trabalhar com outra criança.

 



Atividades de Organização Coletiva
 

As crianças definem o que desejam fazer, e para isso é necessário que o ambiente, em termos de materiais e espaços, dê condições. Já as crianças maiores podem participar na própria organização das atividades. Uma festa, por exemplo, é uma atividade coletiva que pode ser organizada juntamente com as crianças. O mesmo pode ser feito com relação a um passeio, uma visita fora da instituição.

 

Atividades de Cuidado Pessoal

Não devemos separar o “cuidar” do “educar”. Uma das preocupações básicas das atividades de cuidado pessoal é com a saúde, entendendo a saúde como sendo o bem-estar físico, psicológico e social da criança. A higiene, o sono e a alimentação são algumas das principais condições para a sua vida, é necessária uma atenção maior em relação à limpeza e aos hábitos adequados de higiene. Também a alimentação é muito importante e não deve ser encarada com momento de dificuldade e de tensão. É importante observarmos alguns detalhes, tais como: o uso do guardanapo, a utilização correta dos talheres, e a ingestão de líquidos no momento adequado.

É possível organizar no jardim de infância atividades lúdicas que envolvam questões de higiene e alimentação. O sono é outro fator relevante para a saúde da criança, o ideal é que sejam oferecidas outras opções de atividades para as crianças que não querem ou não conseguem dormir.

As crianças nunca devem dormir sem a presença de um adulto para atender a qualquer eventualidade, como passar mal, acordar aos sustos, por exemplo. Além disso, o horário é de descanso das crianças e não do profissional, que neste momento está a trabalhar!

 

Atividades Dirigidas

No jardim de infância, as atividades dirigidas são aquelas que o educador realiza com uma ou poucas crianças, procurando chamar a atenção para algum elemento novo do ambiente, como uma figura, uma brincadeira com som etc.

No momento em que as crianças aprendem a andar é relevante realizar passeios pela creche. O adulto deve coordenar inúmeras atividades com as crianças, a partir de certa idade, tais como: contar histórias, fazer teatro com fantoches, ensinar músicas e brincadeiras de roda, brincar às escondidas.

O interessante é propor atividades à criança e deixá-la segura para escolher a forma de participar. Isso significa respeitar o seu ritmo, confiar na criança, na sua capacidade de ação e na liberdade que tem para expressar os seus sentimentos.

 

Atividades Livres (isto é, menos dirigidas pelo educador)

Estas atividades devem fazer parte da programação diária de todos os grupos de crianças, desde o berçário até à sala dos maiores. Cabe a este organizar espaços e momentos para que as crianças livremente explorem o ambiente e escolham as suas atividades específicas, mas é sempre interessante que o educador intervenha na coordenação das brincadeiras quando assim for necessário e que se integre como participante.

 Rotina na Educação de Infância

Com o objetivo de possibilitar às crianças um ambiente onde elas possam pesquisar e expressar os temas que desejam abordar nos projetos, o educador deve, desde o início do ano letivo, organizar o espaço pedagógico (a sala de atividades, os demais espaços da escola e outros espaços que a comunidade possa oferecer), proporcionando diversas experiências às crianças. Afinal, os temas não surgirão apenas da “espontaneidade” das crianças, mas da sua interação com um meio ambiente rico e estimulante. Denominamos esta organização do espaço pedagógico de rotina, e consideramos que, dentre de inúmeras possibilidades, a rotina deve oferecer às crianças momentos onde elas possam desenvolver as atividades sugeridas no quadro que se segue:

 

ROTINA NA EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA
Hora da Roda
 
Este momento é presente na rotina de diversas instituições de educação de infância e podemos afirmar que é um dos mais importantes para a organização do trabalho pedagógico e o desenvolvimento das crianças. Na roda, o educador recebe as crianças, proporcionando sensações como acolhimento, segurança e de pertença aquele grupo.
Para tal, pode utilizar jogos de mímica, músicas e mesmo brincadeiras tradicionais, promovendo um verdadeiro “ritual” de chegada.
Após a chegada, o educador deve organizar a roda de conversa, onde as crianças podem trocar ideias e falar sobre as suas vivências. Aqui cabe ao educador organizar o espaço, para que todos os que desejam possam falar, para que todos estejam sentados de forma a que se possam ver uns aos outros, além de fomentar as conversas, estimulando as crianças a falar e promovendo o respeito pela fala de cada um. Através da conversa, o educador pode conhecer cada uma das suas crianças e observar quais são os temas e assuntos de interesse das mesmas.
Na roda, o educador pode desenvolver atividades que estimulam a construção do conhecimento acerca de diversos códigos e linguagens, como, por exemplo, marcação do dia no calendário, brincadeiras com crachás contendo os nomes das crianças, jogos dos mais diversos tipos (visando apresentá-los às crianças para que, depois, possam brincar sozinhas) e outras. Também na roda deverão ser feitas discussões acerca dos projetos que vão sendo trabalhados pelo grupo, além de se apresentar às crianças as atividades do dia, abrindo, também, um espaço para que elas possam participar no planeamento diário. O tempo de duração da roda deve equilibrar as atividades a serem ali desenvolvidas e a capacidade de concentração/interação das crianças neste tipo de atividade.
Hora da Atividade
 
Neste momento da rotina, o educador organizará atividades onde a criança, através de ações (mentais e concretas) poderá construir conhecimentos de diferentes naturezas:
·          Conhecimentos Físicos (cuja fonte é a observação e interação com os mais diversos objetos, explorando as suas propriedades);
·          Conhecimentos Lógico-Matemáticos (resultado de ações mentais e reflexões sobre os objetos, estabelecendo relações entre eles);
·          Conhecimentos Sociais (de natureza convencional e arbitrária, produzidos pelo homem ao longo da historia – a cultura. Por exemplo, a leitura e a escrita, e conhecimentos relacionados à Geografia, à história e a parte das Ciências Naturais).
As atividades que proporcionam a construção destes tipos de conhecimentos podem estar ligadas aos temas dos projetos desenvolvidos pelo grupo, ou podem ser resultado do planeamento do educador, criando uma sequência de atividades significativas.
A organização da sala de atividades, para o desenvolvimento de tais atividades, deve proporcionar às crianças a possibilidade de trocarem informações umas com as outras, e de se movimentarem, e de atuarem com autonomia. Assim sendo, é importante que a disposição dos móveis e objetos na sala torne possível:
·          Que as crianças se sentem em grupos, ou próximas umas das outras;
·          Que haja espaço para circulação na sala de aula e que os materiais que as crianças necessitarão para desenvolver as atividades estejam ao seu alcance, e com fácil acesso.
Estas atividades também podem ser realizadas em espaços fora da sala de atividades, como por exemplo, se o grupo está a desenvolver um projeto sobre insetos, pode dar uma volta no jardim da escolinha à procura de exemplares para o seu “Insetário”. De qualquer modo, é necessário que o educador programe as atividades oferecidas, que forneça às crianças os materiais necessários para a sua realização e, sobretudo, esteja presente, ouvindo as crianças e auxiliando-as, pois somente assim ele poderá compreender o desenvolvimento das crianças e planear atividades cada vez mais adequadas às necessidades delas.
Para realizar este acompanhamento, o educador pode planear e oferecer ao grupo atividades diversificadas, em que cada criança escolhe, dentre das várias atividades disponíveis, a que mais interesse lhe desperta.
Expressão Plástica
 
O trabalho de expressão plástica na educação de infância, visa ampliar o repertório de imagens das crianças, estimulando a capacidade destas de realizar a apreciação artística e de leitura dos diversos tipos de artes plásticas (escultura, pintura, modelagem, etc.). Para tal, o educador pode pesquisar e trazer, para a sala de atividades, diversas técnicas e materiais, a fim de que as crianças possam experimentá-los, interagindo com eles, e produzindo as suas próprias obras, expressando-se através das artes plásticas.
Assim, elas aumentarão as suas possibilidades de comunicação e compreensão acerca das artes plásticas. Também poderão conhecer obras e histórias de artistas (dos mais diversos estilos, países e momentos históricos), apreciando-as e emitindo as suas ideias sobre estas produções, estimulando o senso estético e crítico.
Hora do Conto
 
Podemos dizer que o ato de contar histórias para as crianças está presente em todas as culturas, letradas ou não letradas, desde os primórdios do homem. As crianças adoram ouvi-las, e os adultos podem descobrir o enorme prazer de contá-las.
Na educação de infância, enquanto a criança ainda não é capaz de ler sozinha, o educador pode ler para ela. Quando já é capaz de ler com autonomia, a criança não perde o interesse de ouvir histórias contadas pelo adulto; mas pode descobrir o prazer de contá-las aos colegas. Enfim, a “Hora do Conto” é uma momento valioso para a educação integral (de ouvir, de pensar, de sonhar…) e para a alfabetização, mostrando a função social da escrita. O educador pode organizar este momento de diversas maneiras: no início ou fim do dia; incrementando com músicas, fantasias, pinturas; organizando uma pequena biblioteca na sala; fazendo empréstimos de livros para que as crianças leiam em casa, enfim, há uma infinidade de possibilidades.
Hora da Brincadeira
 
Brincar é a linguagem natural da criança e talvez a mais importante.
Em todas as culturas e momentos históricos as crianças brincam (mesmo contra a vontade dos adultos). Todos os mamíferos, por serem os animais no topo da escala evolutiva, brincam, demonstrando a sua inteligência.
Entretanto, há instituições de educação de infância onde o brincar é visto como um “mal necessário”, oferecido apenas por que as crianças insistem em fazê-lo, ou utilizado como “tapa-buracos”, para que o educador tenha tempo de descansar ou arrumar a sala de aula. Acreditamos que a brincadeira é uma atividade essencial na educação de infância, onde a criança pode expressar as suas ideias, sentimentos e conflitos, mostrando ao educador e aos seus colegas como é o seu mundo, o seu dia-a-dia.
A brincadeira é, para a criança, a mais valiosa oportunidade de aprender a conviver com pessoas muito diferentes entre si, de compartilhar ideias, regras, objetos e brinquedos, superando progressivamente o seu egocentrismo característico de solucionar os conflitos que surgem, tornando-se autónoma, de experimentar papéis, desenvolvendo as bases da sua personalidade.
Cabe ao educador fomentar as brincadeiras que podem ser de diversos tipos. Ele pode fornecer espelhos, pinturas de rosto, fantasias, máscaras e trapalhadas para os brinquedos de faz-de-conta: casinha, médico, escolinha, polícia-e-ladrão, etc. Pode pesquisar, propor e resgatar jogos de regra e jogos tradicionais.
Pode confecionar vários brinquedos tradicionais com as crianças, ensinando a reciclar o que seria lixo, e despertando o prazer de confecionar o próprio brinquedo: bola de meia, pião, carrinhos, fantoches, bonecas, etc. Pode organizar, na sala de aula, um cantinho dos brinquedos, uma “casinha” além de, é claro, realizar diversas brincadeiras fora da sala de aula. Além disso, as brincadeiras podem despertar projetos: pesquisar brinquedos antigos, fazer uma Olimpíada na escola, etc.
Hora das Refeições/Higiene
 
Devemos lembrar que comer não é apenas uma necessidade do organismo, mas também uma necessidade psicológica e social.
Em qualquer cultura os adultos (e as crianças) gostam de realizar comemorações e festividades marcadas pela comensalidade (comer junto). Por isso, a hora das refeições no jardim de infância não deve atender apenas às necessidades nutricionais das crianças, mas também às psicológicas e sociais: de sentir prazer e alegria durante uma refeição; de partilhar e trocar alimentos; de aprender a preparar e cuidar do alimento com independência; de adquirir hábitos de higiene que preservem a boa saúde. Por isto, a hora das refeições também deve ser planeada pelo educador.
 A disposição dos móveis deve facilitar as conversas entre as crianças; devem haver recipientes próprios para o depósito de lixo e material de limpeza por perto para que as crianças possam participar da higiene do local onde será desfrutado a refeição (antes e depois dele ocorrer). Além disso, é importante que o educador demonstre e proporcione às crianças hábitos saudáveis de higiene antes e depois do lanche (lavar as mãos, escovar os dentes, etc.).
A refeição também pode fazer parte dos projetos desenvolvidos pela turma: pesquisar os alimentos mais saudáveis, plantar uma horta, fazer atividades de culinária, produzir um livro de receitas, entre outras, são atividades às quais o educador pode dar uma organização pedagógica que possibilite às crianças participar ativamente, e elaborar diversos projetos junto com os amiguinhos.
Atividades Físicas/Parque
 
Na educação de infância, o principal objetivo do trabalho com o movimento e expressão corporal é proporcionar à criança o conhecimento do próprio corpo, experimentando as possibilidades que ele oferece (força, flexibilidade, equilíbrio, entre outras). Isto proporcionará a ela integrá-lo e aceitá-lo, construindo uma auto-imagem positiva e confiante. Para isso o educador deve proporcionar atividades, fora e dentro da sala de aula, onde a criança se possa movimentar.
Alongamentos, ioga, circuitos, brincadeiras livres, jogos de regras,... são diversas as possibilidades. O educador deve organizá-las e planeá-las, mas sempre com um espaço para a invenção e colaboração da criança.
O momento do parque também assume uma conotação diferente. Não é apenas um intervalo para descanso das crianças e dos educadores. É mais um momento de desafio, afinal, há aparelhos, árvores, areia, baldinhos e pás, cordas, bolas, e tantas brincadeiras que esses materiais oferecem. O educador deve estar próximo, auxiliando e estimulando a criança a desenvolver a sua motricidade e socialização, ajudando, também, a resolver os conflitos que surgem nas brincadeiras quando, porventura, as crianças não forem capazes de solucioná-los sozinhas.
 
Atividades de Interação com a Comunidade
 
A sala de atividades e o espaço físico da escola não são os únicos espaços pedagógicos possíveis na educação de infância. Em princípio, qualquer espaço pode tornar-se pedagógico, dependendo do uso que fazemos dele.
Praças, parques, museus, exposições, feiras, cinemas, teatros, supermercados, exposições, galerias, zoológicos, jardins botânicos, reservas ecológicas, ateliers, fábricas e tantos outros. O educador deve estar atento à vida da comunidade e da cidade onde atua, procurando oportunidades interessantes, que se relacionem aos projetos desenvolvidos na instituição, ou que possam ser o início de novos projetos.
Isto certamente enriquecerá e ampliará o projeto pedagógico e educativo da instituição, que não precisa ser confinado à área da escola. Podem haver até mesmo intercâmbios com outras instituições educacionais.

 

Avaliação na Educação de Infância
 
 
 O adulto como um dos mediadores do desenvolvimento infantil

 
Nenhuma proposta de organização do trabalho pedagógico está completa sem expressar a sua conceção sobre avaliação. Afinal, a forma como os educadores realizam suas avaliações sobre os alunos expressam, em último grau, a sua conceção de educação.

Seja como uma educação repressora e bancária, onde o educador deposita o conhecimento, que o aluno deve reproduzir. Ou como uma educação progressista e democratizadora, voltada para o pleno desenvolvimento do ser humano, da sua consciência crítica, da sua capacidade de ação e reação.

Nesta última visão a avaliação não tem a função de medir, comparar, classificar, e aprovar/reprovar. Mas a função de proporcionar ao educador uma melhor compreensão sobre a aprendizagem das crianças, avaliando constantemente o trabalho pedagógico por ele oferecido às crianças, a fim de poder superar as dificuldades encontradas. É esta a conceção que defendemos.

No que se refere à educação de infância, esta postura avaliativa significa a adoção de posturas contrárias à constatação e registo de resultados alcançados pela criança a partir de ações dirigidas pelo educador procurando, ao invés disso, ser coerente à dinâmica do seu processo de desenvolvimento, a partir do acompanhamento permanente da ação da criança e da confiança na evolução do seu pensamento.

Tal postura avaliativa mediadora parte do princípio de que cada momento de sua vida representa uma etapa altamente significativa e precedente as próximas conquistas, devendo ser analisado no seu significado próprio e individual em termos de estágio evolutivo de pensamento, de suas relações interpessoais. E percebe-se, daí, a necessidade do educador abandonar listagens de comportamentos uniformes, padronizados, e encontrar estratégias de acompanhamento da história que cada criança vai constituindo ao longo de sua descoberta do mundo. Acompanhamento no sentido de mediar a sua ação, favorecendo-lhe desafios, tempo, espaço e segurança nas suas experiências.

Esta proposta de avaliação concebe o educador/adulto como mediador. Isto significa que não é esperado que, na avaliação, a criança reproduza os conhecimentos que o educador transmitiu. Pois aqui o educador não é a única “fonte” de conhecimento. O conhecimento surge da relação que a criança estabelece com as outras crianças (de diferentes idades), com os adultos (pais, educadores, familiares e outros) com o meio ambiente e com a cultura.

Portanto, ela jamais irá reproduzir uma informação recebida, mas sim irá fazer a leitura desta informação, de acordo com os recursos de que dispõe. O educador, as outras crianças, o meio, a cultura, todos estes elementos são agentes mediadores entre a criança e a informação. Entre conhecimento e desenvolvimento. Entre cultura e inovação.

Por isto, não há como avaliar a criança de acordo com expectativas preestabelecidas pelo adulto. Não é possível preencher listas, formulários ou boletins, pois isto tudo significaria comparar e medir, classificando as crianças. O registo da avaliação deve ser o registo da história vivida pela criança, no período descrito. Desta forma podem ser utilizados relatórios descritivos e portefólios, por exemplo. Quanto aos relatórios descritivos, estes devem ser elaborados de maneira que ao mesmo tempo que refaz e regista a história do seu processo dinâmico de construção do conhecimento, sugere, encaminha, aponta possibilidades da ação educativa para pais, educadores e para a própria criança.

Consideramos mesmo, que apontar caminhos possíveis e necessários para trabalhar com elas é o essencial num relatório de avaliação, não como lições de atitudes à criança ou sugestões de procedimentos aos pais, mas sob a forma de atividades a proporcionar, materiais a serem oferecidos, jogos, posturas pedagógicas alternativas na relação com ela.

Enfim, esta é uma proposta de avaliação em que não apenas a criança é avaliada, mas todo o trabalho pedagógico oferecido a ela também é avaliado, repensado e modificado sempre que necessário. Não é uma avaliação final, pontual, retratando um único momento da criança. Mas uma avaliação processual, que, entretanto, é registada periodicamente.