segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O medo na infância...

O medo na infância...

Tenho medo...
 

Será que é normal sentir medo na infância? Como podem os pais ajudar a ultrapassar estes medos sentidos, sabendo-se lá o porquê? E quem nunca sentiu medo de alguma coisa, por mais insignificante que possa parecer? De uma maneira geral todos nós já sentimos alguma ansiedade ou receio de algum assunto. Como tal, desde o primeiro ano de vida que as crianças receiam alguns momentos da sua vivência, a mudança de sensibilidade ao medo está relacionada com vários aspetos do desenvolvimento.
Desde o nascimento até aos 18 meses, a criança tem medo de objetos reais do seu dia-a-dia, ruídos, situações ou pessoas estranhas, luzes fortes, tudo o que fuja um pouco da sua rotina.
Aos 2 anos, a criança começa a manifestar mais medo do que lhe é desconhecido e começam a ser vítimas da sua própria imaginação, fantasiando pessoas e coisas imaginarias, começam a sentir mais receio do escuro. Este medo pode manter-se até a criança ser mais crescida.
Os pais devem entender que os medos são normais no desenvolvimento dos seus filhos, e que lidando com os medos, o objetivo não é apenas que estes desapareçam, mas sim ajudar a criança a lidar com outros medos que possam surgir mais tarde. Tudo isto faz com que a criança desenvolva gradualmente a confiança e a capacidade de enfrentar situações complicadas.
Que estragégias é que podem os pais então usar?
·         Não se deve dar demasiada importância nem falar muito com a criança sobre os medos; quanto menor for a criança, menos se deve falar para que não seja criada muita ansiedade à volta do medo;
·         Também não deve mentir, se a criança tem medo de ir ao médico, não lhe deve dizer que vai a outro sítio e depois leva-la ao médico, deve sim explicar-lhe que não existem razões para ter medo, encontrando estratégias para ajudar a criança a enfrentar a situação real pela qual vai ter de passar;
·         Poderá também distrair a criança com algo agradável, para que a criança tenha pensamentos positivos, acabando, assim, por se esquecer do medo que a assombra;
·         É muito importante ensinar as crianças a avaliar a realidade e o que a rodeia, não vale a pena grandes discursos; deve dizer-se, apenas, que não há razoes para ter medo, não é preciso pormenorizar-lhe os acontecimentos, nem dar muitos dados, antes de se encontrar com o que a amedrontar;
·         Pode também dar-se à criança um incentivo positivo para que este a ajude a controlar o medo, como por exemplo, um boneco da qual ela goste muito e que se sinta protegida e confortável com este.
 
No entanto, o principal é não entrar em ansiedade, pois a criança percebe este sentimento por parte dos pais, e é-lhe muito mais difícil controlar o medo que possa sentir; o melhor é deixar que a criança deixe de ter medo, sem levar este assunto à exaustão.
É conveniente, por parte dos pais, assegurar que está tudo bem e sob controlo, que nada de mal irá acontecer, o que faz com que mais cedo ou mais tarde a criança acabe por saber lidar com estes tais "medos" que a assombram e que por vezes não são mais do que fruto da sua própria imaginação.
 
 
 
Fonte: Psicologia Infantil, Porto Editora, 2008


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