terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Primeira Vez na Creche


A primeira vez na creche:
É frequente ouvir-se falar na escolha de uma creche e nas estratégias usadas para que a criança se adapte bem. No entanto, esquecemos que, por vezes, por trás de uma criança que faz adaptação a um novo ambiente, está um pai e/ou uma mãe repletos de medos e dúvidas que na sua maioria não partilham o que estão a sentir por pensarem serem os únicos.
Quando chega o momento
de levar o filho à escola,
após as férias e o tempo
passado em família,
partilhando gargalhadas,
passeios e afetos,
para os recém-pais esta
é uma tarefa que
Nem sempre é fácil...

Ao deixar o bebé pela primeira vez na creche, novos sentimentos, pensamentos e emoções
invadem os corações destes pais, pois surge a primeira grande separação: "A ligação
apaixonada que os uniu nos primeiros meses da vida do bebé é intensa. (...) a
primeira separação real facilmente origina uma reação de desgosto." (Brazelton; 2005:
214).
Quando os pais entregam um bebé aos cuidados de outra pessoa, sentem solidão, culpa, desamparo e até irritação: "estou a abandonar o meu bebé"; "será que ficará bem?", "tratarão bem dele?"; "e se ele chora, saberão o que ele tem?".
Segundo o mesmo autor, são comuns determinadas defesas contra a intensidade destes sentimentos:
Negação – dizer que a separação não tem importância, quer para o bebé quer para si própria.
Projeção – transferir para outra pessoa o papel de cuidar da criança com competência e deixar para si própria o papel de incompetente ou vice-versa; ao mesmo tempo admirar e detestar a «outra» e achar que ela pode não cuidar bem do bebé.
Afastamento – tentar diminuir os próprios sentimentos intensos para suavizar a dor de se separar do bebé.

No caso dos bebés, a fase de adaptação é mais difícil para os pais do que para eles. Como refere Brazelton "Quando são bem tratados, os bebés adaptam-se mais rapidamente do que as mães" (2005: 214).
Brazelton salienta a importância de reconhecer estes sentimentos assim como em deixá-los transparecer pois "uma consciencialização da angústia que as separações provocam permite que os pais enfrentem esta reação e a vençam. Por outro lado, o recalcamento desses sentimentos pode tornar-se debilitante e destrutivo" (2005: 214).
Exprimir estes sentimentos normais e universais faz que eles diminuam de intensidade. Aprender a compreender a dor da separação e as defesas contra ela pode conduzir a maneiras de o dominar sem diminuir a intensidade do relacionamento.
Para que este momento seja mais tranquilo, Brazelton deixa algumas medidas que podem vir a ajudar os pais a ultrapassar esta fase:
  • Levante-se suficientemente cedo para poder dispor de alguns minutos de ternura e de brincadeira descontraída antes de o levar para a creche;
  • Deixe-o recusar os alimentos. Deixe-o arreliá-la quando está a vesti-lo esses momentos darão ao bebé a sensação de que controla o seu próprio dia;
  • Na creche, ele pode não ousar a exprimir negativismo, esses momentos darão ao bebé a sensação de que controla o seu próprio dia. Na creche, ele pode não ousar a exprimir negativismo.
   Assim que ele tiver idade suficiente, ponha em prática uma rotina de conversar com ele sobre a separação, mas acrescentando sempre: «Eu voltarei» Isto é tão importante para os pais como para ele. Estarão a preparar-se a si próprios, e ao filho, para a separação.
Na creche, trabalhe em colaboração para desenvolver uma rotina de separação.
Não prolongue as despedidas, isso tornará tudo muito mais difícil.
Bibliografia:
BRAZELTON, T. Berry (2005). O grande Livro da Criança – O Desenvolvimento Emocional e do Comportamento Durante os Primeiros Anos. Editorial Presença. Lisboa. 8ª Edição.

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